sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Gripe H1N1 na gravidez.

A gripe suína é mais perigosa em grávidas? O vírus da gripe tecnicamente conhecida como influenza A/H1N1 é tão desconhecido em seres humanos que os especialistas de todo o mundo ainda não têm dados concretos suficientes para determinar com certeza quem corre mais risco de desenvolver complicações por causa da doença. O que se sabe é que mulheres grávidas vêm morrendo durante a pandemia da doença e que gestantes integram o grupo de risco maior de ter complicações decorrentes de gripes em geral, o que inclui a gripe A/H1N1. Há relatos de mais mortes relacionadas a gripe entre grávidas, de mais abortos espontâneos e de mais partos prematuros seguindo-se às pandemias de 1918-1919 (gripe que ficou conhecida como gripe espanhola) e de 1957-1958. Não haviam sido registrados casos de malformação em bebês com a gripe A/H1N1. O risco maior é para a saúde da mulher, que pode ficar com insuficiência respiratória. Mas, se a mãe não estiver bem, o bebê acaba sofrendo também. Diante disso, autoridades sanitárias internacionais e do Ministério da Saúde do Brasil partem do princípio de que as gestantes, assim como idosos e crianças, têm mais chances de complicações devido à gripe suína, e tomam cuidados especiais no tratamento. Gripe suína ou não, é importante ficar sempre atenta para os sinais de alerta de problemas na gravidez. Como o antiviral funciona melhor se tomado 48 horas, no máximo, após o início dos sintomas, fale com o médico ao menor sinal de febre e tosse.

Que tipo de complicação pode ocorrer?

É importante lembrar que uma gripe na gravidez não é sinônimo de que mãe ou bebê estejam imediatamente sob risco. Muitas mulheres que pegam gripes acabam não tendo nenhum problema, fora os desconfortos já conhecidos, como tosse, febre e mal estar. Porém, estatisticamente falando, grávidas têm sim maior probabilidade de apresentar um caso mais grave de gripe do que pessoas em geral. Durante a gravidez, um quadro de gripe pode piorar rapidamente e se transformar em casos mais graves como pneumonia e insuficiência respiratória. O agravamento da doença muitas vezes aparece na forma de falta de ar. Mas não espere se sentir mal para procurar orientações de um médico. Se tiver febre, é melhor falar com um especialista nas primeiras 24 horas.

Tem algum jeito de evitar a gripe suína?

Infelizmente ainda não está disponível a vacina específica para o vírus H1N1, que provoca a chamada gripe suína, mas simples medidas de higiene podem ajudar.

São elas:

• Lave as mãos com frequência, principalmente antes das refeições. O ideal é usar água morna e sabonete. Esfregue os dois lados das mãos por ao menos 15 segundos e enxágue com bastante água. Quando não tiver acesso a água e sabão na hora, carregue com você um gel anti-séptico para as mãos à base de álcool, ou então lenços umedecidos. • Evite colocar as mãos no nariz, olhos ou boca. Você pode até achar que suas mãos estão limpas, mas, se elas encostaram em uma maçaneta, xícara ou porta de geladeira ou banheiro que alguém contaminado tocou, o vírus pode ter sido passado para suas mãos e contaminá-la. • Vírus e bactérias podem sobreviver por duas horas ou mais em superfícies como torneiras ou telefones. Por isso, lavar as mãos com frequência é uma medida que ajuda a evitar infecções de um modo geral. • Não beije ou cumprimente com as mãos pessoas gripadas. Se não tiver jeito mesmo, lave bem as mãos logo depois. • Abra todos os dias as janelas de casa e mantenha os ambientes bem arejados. • Evite multidões e locais com concentração de pessoas, especialmente os fechados (isso vale para o transporte público, principalmente nas áreas mais afetadas). Se trabalhar em locais fechados, peça para que as janelas sejam abertas e procure ficar perto delas, no lugar mais ventilado do ambiente. • Evite viajar para áreas sabidamente muito afetadas. • Oriente as pessoas a não tossir ou espirrar cobrindo a boca com as mãos, porque elas ficam então cobertas de vírus, que pode ser facilmente espalhado. A recomendação é cobrir o nariz e a boca com papel higiênico ou lenço de papel ao espirrar ou tossir e depois jogá-los fora. Quando não há papel descartável à mão, é melhor cobrir a boca com o braço. Muitos especialistas até acham esse método melhor que o papel. • Sempre que alguém tossir ou espirrar, deve lavar bem as mãos ou limpá-las com gel anti-séptico à base de álcool ou com lenços umedecidos.

Como vou saber se estou com a gripe H1N1, ou suína?

Se você tiver sintomas de gripe, como febre repentina, tosse, cansaço e dores de cabeça, musculares e nas juntas, procure logo atendimento médico. Como gestantes são grupo de risco para complicações, o ideal é que o médico receite medicamentos antivirais no começo dos sintomas, mesmo sem a confirmação de que se trata da gripe suína. Se você tiver mantido contato com algum portador do vírus, não se desespere. Existe grande chance de você não apresentar a doença. Observe bem seu organismo e, se tiver algum sintoma, entre em contato com um médico.

Como é o tratamento para uma grávida?

Grande parte dos casos da gripe A/H1N1 está sendo tratado em casa mesmo, com aqueles cuidados tradicionais para qualquer outra gripe, como bastante repouso, boa alimentação e as medidas de higiene descritas acima para evitar contágio a outras pessoas. Mulheres grávidas, no entanto, ficam com o sistema imunológico ligeiramente enfraquecido devido à gestação e precisam de mais atenção, por isso devem falar com o médico imediatamente se sentirem qualquer coisa diferente. Os especialistas afirmam que os antivirais são recomendados para gestantes, já que os benefícios superariam os possíveis riscos do remédio para o bebê (não há estudos sobre a segurança dos antivirais na gestação e seus efeitos no desenvolvimento do feto). É fundamental, porém, lembrar que nenhum medicamento pode ser tomado sem recomendação médica e acompanhamento.

É preciso evitar viagens para não pegar a gripe?

O Ministério da Saúde aconselha que, se possível, mulheres grávidas adiem viagens a áreas onde há casos da doença, devido ao maior risco de complicações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Estados Unidos, México, Canadá, Austrália, Chile e Argentina são países com maior incidência da doença, que por outro lado também já se espalhou pelo Brasil, principalmente no Sul e Sudeste. Ainda não há vacina disponível contra a gripe A/H1N1, e a vacina contra gripe comum, embora seja recomendada para grávidas, não protege contra esse novo tipo de influenza. Como as informações sobre o assunto mudam rapidamente, para saber detalhes e recomendações atualizados sobre a gripe A/H1N1 nas diferentes regiões do Brasil e em outros países, acesse o site do Ministério da Saúde. Você também pode ligar para o Disque-Saúde (tel. 0800 61 1997). Texto Original: babycenter.com

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