O crime organizado escolheu um alvo que, se não é novo, continua rendendo lucros: o condomínio fechado de classe média. Em São Paulo, foram três arrastões no último fim de semana. Só nos dois primeiros meses de 2009, esse tipo de crime somou oito ocorrências – quase a metade de todo o ano passado, segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi).
Um condomínio só oferece segurança se tiver empresa especializada na portaria, morador consciente e síndico especialista. “Como São Paulo é uma cidade perigosa, tive de convencer 168 condôminos a adotar novas normas de segurança”, diz o advogado e ex-síndico Roberto Sacolito Jr., que frequentou aulas para colocar seu condomínio na linha.
A prevenção deu resultado: seu prédio nunca foi assaltado. Outros síndicos não tiveram a mesma sorte. ÉPOCA ouviu cinco especialistas para elaborar um guia da segurança em condomínios.
Como preparar os funcionários para agir preventivamente
• Obrigar o porteiro a permanecer na guarita durante todo o turno. Ele não deve deixar seu posto para ajudar moradores a entrar com sacolas de compras. É nos momentos de distração que os assaltantes conseguem render o funcionário. “Uma quadrilha chegou a contratar uma grávida que fingia passar mal para distrair o porteiro e facilitar a invasão”, diz José Antônio Caetano, diretor da empresa de segurança Haganá.
• O treinamento do porteiro deve simular as técnicas usadas por assaltantes, com reciclagem constante. “Na maioria das vezes, o que permite a invasão não é uma falha no sistema de segurança, mas uma falha das pessoas que o usam”, diz César Almeida, diretor da área de monitoramento da Siemens.
• O condomínio tem obrigação de verificar os antecedentes criminais de porteiros e zeladores. Funcionários podem se associar a criminosos para informar como é a rotina dos moradores e quais são os pontos fracos da segurança do prédio.
• O pessoal da limpeza também é parte do sistema de segurança. “Esse funcionário tem acesso irrestrito ao prédio e muitas vezes conhece melhor o lugar que o próprio porteiro”, diz Célio Wagner, gestor de segurança da Associação Brasileira de Gestores de Segurança. Eles devem ser treinados para manter sigilo sobre o dia a dia do condomínio.A infraestrutura e a tecnologia.
A infraestrutura e a tecnologia
• A garagem deve ter acessos de entrada e saída separados e vaga antissequestro. Se o morador entrar no prédio sob o domínio de um bandido, a estratégia é estacionar o carro na vaga especial.
A empresa de segurança monitora o local e aciona imediatamente a polícia.
• As câmeras de segurança devem ficar em um local bem iluminado, para fornecer boas imagens. Os equipamentos precisam receber manutenção constante. Alguns sistemas permitem que o síndico ou um funcionário da empresa contratada vejam as imagens.
• A portaria deve ser blindada e precisa oferecer uma boa visão da rua. É recomendado o uso de vidros escuros e espelhados, para que os assaltantes não possam se aproveitar de um momento de distração do funcionário. O projeto da portaria deve incluir um compartimento separado para receber entregas.
• Elevadores com senha impedem que estranhos tenham acesso a todos os apartamentos. Esquecer o código pode causar constrangimentos, mas o dispositivo retarda a ação de ladrões desavisados.
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fonte: Revista Época
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