A implantação de um pomar exige técnica e dedicação, especialmente no cultivo das árvores.
A primeira questão é a escolha do local dentro do terreno, o que se torna ainda mais importante se a execução do pomar for feita junto com a construção da casa: o local deve estar livre do trânsito da obra e máquinas. Se a obra tiver duração curta (até 1 ano), provavelmente não vale a pena fazer o plantio das árvores antes do seu término; em obras mais demoradas, dois a três anos já são suficientes para que grande parte das árvores plantadas no início da construção comece a dar frutos. Um ponto importante é a irrigação durante a execução do pomar, o que requer providências para que não falte água.
Em relação à localização no terreno, as árvores frutíferas preferem a face Norte ou, caso isso não seja possível, a Nordeste, pois quanto maior o sol recebido, mais doces serão os frutos. Uma maneira de garantir boa insolação a todas as árvores é dispor as maiores (abacateiros, jaqueiras e mangueiras) ao fundo, as médias (laranjeiras, goiabeiras e carambolas) no meio e as pequenas (mamoeiro, figueira e bananeira) à frente, impedindo assim que uma faça sombra à outra.
Vale lembrar que as árvores frutíferas não suportam ventos fortes. Uma boa opção para atenuá-los é a colocação de cercas vivas, utilizando-se árvores como a amoreira, cedrinho e grevilha, entre outras, que devem ficar a uma distância aproximada de 4 metros do pomar, com espaçamento de 2 metros entre elas. Também alguns arbustos, como o hibisco, o buxinho e o bambu, podem ser utilizados com essa mesma finalidade.
Outro aspecto importante a considerar é o clima da região. O Nordeste brasileiro favorece o cultivo de frutas exóticas, como o caju, a manga, a fruta-do-conde e a jaca, enquanto o Sul e o Sudeste são mais propícios às frutas cítricas, como laranja e limão, ou temperadas, como pera, maçã, figo, caqui e pêssego. Algumas espécies, tais como abacate, acerola, banana, goiaba, jatoticaba, mamão, maracujá, e mesmo laranja e limão, adaptam-se bem a qualquer clima.
Para preparar o solo, é preciso, antes de tudo, medir o pH: o ideal é quando ele se aproxima de 7. Para corrigir a acidez (pH baixo), pode-se usar calcário dolomítico; já os solos muito alcalinos exigem sulfato de ferro. Para enriquecer a terra, os tradicionais estercos e húmus de minhoca são bons. O equilíbrio perfeito é atingido com o composto NPK (N de nitrogênio, responsável pelo crescimento do vegetal; P de fósforo, que fortalece raízes e facilita a frutificação; e K de potássio, controlador do balanço hídrico da planta), que pode ser adquirido em lojas de jardinagem e deve ser aplicado a cada dois meses.
Para melhorar a qualidade das mudas, é possível enxertá-las, processo de multiplicação vegetativa que consiste na união de duas plantas diferentes de um mesmo gênero com o objetivo de torná-las apenas uma, de melhor qualidade, garantindo que as espécies tenham mais vigor e aumentem sua produção, além de ser uma alternativa para cultivar plantas de difícil enraizamento. A espécie mais fraca, chamada cavaleiro ou enxerto, terá uma ou mais borbulhas (broto ou gema) fixadas no caule da mais resistente, chamada cavalo ou porta-enxerto. A enxertia deve ser feita na primavera, mas nunca quando as plantas estiverem dando flores ou frutos, e nem em dias de chuva.
Quanto à poda, os tipos mais comuns são o desbaste lateral, em que corta-se os galhos velhos ou doentes nas laterais, favorecendo um crescimento na vertical, e a poda nas extermidades, acarretando um crescimento lateral, dando à árvore uma aspecto mais arredondado. Em ambos os casos, as podas são executadas com tesouras ou serrotes, sendo preferível executá-las no inverno, quando o metabolismo da planta é mais baixo.
Na irrigação, é importante não deixar a terra nem muito seca, nem muito úmida; o ideal é regá-la todos os dias, quando estiver muito calor, e a cada dois dias durante o inverno.
A tabela abaixo mostra qual a época mais recomendada para o plantio de cada fruta, quanto tempo cada uma precisa para dar frutos e o número de safras por ano, sempre lembrando que as variações climáticas e as diferentes espécies podem alterar para mais ou para menos o tempo da colheita.
A primeira questão é a escolha do local dentro do terreno, o que se torna ainda mais importante se a execução do pomar for feita junto com a construção da casa: o local deve estar livre do trânsito da obra e máquinas. Se a obra tiver duração curta (até 1 ano), provavelmente não vale a pena fazer o plantio das árvores antes do seu término; em obras mais demoradas, dois a três anos já são suficientes para que grande parte das árvores plantadas no início da construção comece a dar frutos. Um ponto importante é a irrigação durante a execução do pomar, o que requer providências para que não falte água.
Em relação à localização no terreno, as árvores frutíferas preferem a face Norte ou, caso isso não seja possível, a Nordeste, pois quanto maior o sol recebido, mais doces serão os frutos. Uma maneira de garantir boa insolação a todas as árvores é dispor as maiores (abacateiros, jaqueiras e mangueiras) ao fundo, as médias (laranjeiras, goiabeiras e carambolas) no meio e as pequenas (mamoeiro, figueira e bananeira) à frente, impedindo assim que uma faça sombra à outra.
Vale lembrar que as árvores frutíferas não suportam ventos fortes. Uma boa opção para atenuá-los é a colocação de cercas vivas, utilizando-se árvores como a amoreira, cedrinho e grevilha, entre outras, que devem ficar a uma distância aproximada de 4 metros do pomar, com espaçamento de 2 metros entre elas. Também alguns arbustos, como o hibisco, o buxinho e o bambu, podem ser utilizados com essa mesma finalidade.
Outro aspecto importante a considerar é o clima da região. O Nordeste brasileiro favorece o cultivo de frutas exóticas, como o caju, a manga, a fruta-do-conde e a jaca, enquanto o Sul e o Sudeste são mais propícios às frutas cítricas, como laranja e limão, ou temperadas, como pera, maçã, figo, caqui e pêssego. Algumas espécies, tais como abacate, acerola, banana, goiaba, jatoticaba, mamão, maracujá, e mesmo laranja e limão, adaptam-se bem a qualquer clima.
Para preparar o solo, é preciso, antes de tudo, medir o pH: o ideal é quando ele se aproxima de 7. Para corrigir a acidez (pH baixo), pode-se usar calcário dolomítico; já os solos muito alcalinos exigem sulfato de ferro. Para enriquecer a terra, os tradicionais estercos e húmus de minhoca são bons. O equilíbrio perfeito é atingido com o composto NPK (N de nitrogênio, responsável pelo crescimento do vegetal; P de fósforo, que fortalece raízes e facilita a frutificação; e K de potássio, controlador do balanço hídrico da planta), que pode ser adquirido em lojas de jardinagem e deve ser aplicado a cada dois meses.
Para melhorar a qualidade das mudas, é possível enxertá-las, processo de multiplicação vegetativa que consiste na união de duas plantas diferentes de um mesmo gênero com o objetivo de torná-las apenas uma, de melhor qualidade, garantindo que as espécies tenham mais vigor e aumentem sua produção, além de ser uma alternativa para cultivar plantas de difícil enraizamento. A espécie mais fraca, chamada cavaleiro ou enxerto, terá uma ou mais borbulhas (broto ou gema) fixadas no caule da mais resistente, chamada cavalo ou porta-enxerto. A enxertia deve ser feita na primavera, mas nunca quando as plantas estiverem dando flores ou frutos, e nem em dias de chuva.
Quanto à poda, os tipos mais comuns são o desbaste lateral, em que corta-se os galhos velhos ou doentes nas laterais, favorecendo um crescimento na vertical, e a poda nas extermidades, acarretando um crescimento lateral, dando à árvore uma aspecto mais arredondado. Em ambos os casos, as podas são executadas com tesouras ou serrotes, sendo preferível executá-las no inverno, quando o metabolismo da planta é mais baixo.
Na irrigação, é importante não deixar a terra nem muito seca, nem muito úmida; o ideal é regá-la todos os dias, quando estiver muito calor, e a cada dois dias durante o inverno.
A tabela abaixo mostra qual a época mais recomendada para o plantio de cada fruta, quanto tempo cada uma precisa para dar frutos e o número de safras por ano, sempre lembrando que as variações climáticas e as diferentes espécies podem alterar para mais ou para menos o tempo da colheita.
FRUTA | GÊNERO | ÉPOCA DE PLANTIO | TEMPO ATÉ FRUTIFICAR | SAFRAS/ ANO | ALTURA DA MUDA (cm) | ALTURA DA ÁRVORE (m) | DISTÂNCIA ENTRE MUDAS (m) |
Abacate * | Persea | início das chuvas | 3 anos | 1 | 20 a 30 | 7 a 10 | 10 x 10 |
Abacaxi | Ananas | ano todo | 18 a 24 meses | ano todo | 40 | 1 | 2 x 2 |
Acerola | Malpighia | início das chuvas | 3 anos | 1 | 40 | 1,80 a 2,10 | 6 x 4 |
Ameixa | Prunus | inverno | 4 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 6 x 6 |
Amora | Morus | início das chuvas | 2 anos | 1 | 30 | 3 a 5 | 4 x 4 |
Banana | Musa | início das chuvas | 12 a 18 meses | ano todo | 40 a 60 | 2 a 3 | 4 x 4 |
Caju | Anacardium | início das chuvas | 3 anos | 1 | 20 | 7 a 10 | 10 x 10 |
Caqui | Diospyros | início das chuvas | 4 anos | 1 | 80 | 5 a 7 | 6 x 6 |
Carambola | Averrhoa | início das chuvas | 3 anos | 1 | 30 | 5 a 7 | 3 x 4 |
Figo | Ficus | inverno | 2 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 3 x 3 |
Framboesa | Rubus | inverno | 1 ano | 1 | 40 | 3 a 5 | 2 x 0,4 |
Fruta-do-conde | Annora | início das chuvas | 4 anos | 1 | 20 | 3 a 5 | 4 x 4 |
Goiaba | Psidium | início das chuvas | 3 anos | 1 | 20 a 30 | 3 a 5 | 6 x 6 |
Jaboticaba | Myrciaria | estação chuvosa | 3 anos | 2 | 20 **** | 5 a 7 | 6 x 6 |
Jaca | Artocarpus | estação chuvosa | 5 anos | 1 | 20 | 7 a 10 | 10 x 10 |
Kiwi * | Actinidia | inverno | 4 anos | 1 | 20 | 5 a 7 | 6 x 6 |
Laranja | Citrus | estação chuvosa | 3 anos | 1 | 80 | 3 | 7 x 7 |
Lichia | Litchi | inverno | 4 anos | 1 | 50 | 2 a 3 | 10 x 8 |
Lima | Citrus | estação chuvosa | 3 anos | 1 | 80 | 3 | 7 x 7 |
Limão | Citrus | estação chuvosa | 3 anos | 1 | 80 | 3 | 7 x 7 |
Maçã | Malus | inverno | 3 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 5 x 5 |
Mamão * | Carica | ano todo | 10 a 15 meses | ano todo | 15 a 30 | 3 a 5 | 3 x 3 |
Manga | Mangifera | estação chuvosa | 4 anos | 1 | 100 | 7 a 10 | 10 x 10 |
Maracujá ** | Passiflora | ano todo | 1 ano | 1 | 20 | caramanchão | 3 x 5 |
Melancia | Citrullus | ano todo *** | 85 a 105 dias | 2 | 20 | rasteira | 1 x 1 |
Melão | Cucumis | ano todo *** | 80 a 90 dias | 2 | 20 | rasteira | 1 x 1 |
Morango | Fragaria | fevereiro a maio | 60 a 80 dias | 2 | 20 | rasteira | 0,5 x 0,5 |
Néctarina | Prunus | inverno | 3 a 4 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 6 x 6 |
Nêspera | Eriobotrya | inverno | 3 a 4 anos | 1 | 50 | 5 a 7 | 6 x 6 |
Pera | Pirus | inverno | 5 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 6 x 6 |
Pêssego | Prunus | inverno | 3 anos | 1 | 80 | 3 a 5 | 6 x 6 |
Pitanga | Stenocalyx | estação chuvosa | 3 anos | 2 | 40 | 3 a 5 | 4 x 4 |
Romã | Punica | estação chuvosa | 3 anos | 1 | 20 | 3 a 5 | 5 x 5 |
Tangerina | Citrus | estação chuvosa | 3 anos | 1 | 80 | 3 | 6 x 6 |
Uva | Vittis | inverno | 3 anos | 1 | 70 a 80 | caramanchão | 2 x 3 |
* árvores que exigem a plantação de uma muda macho e uma fêmea para dar frutos | |||||||
** maracujá, do tipo trepadeira, cultivada em caramanchão | |||||||
*** em regiões de inverno rigoroso, devem ser plantados entre os meses de agosto e novembro | |||||||
**** ou 1,80m (muda com cerca de 10 anos) | |||||||
Obs.: Na região Nordeste, a maior incidência de chuvas ocorre durante os meses de julho e agosto |
Fonte: Revista Arquitetura & Construção - jan/94.
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