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sábado, 24 de abril de 2010

Desabafo de uma professora.

As consequencias atingem toda a sociedade.
Comecemos por educar realmente nossas crianças, em casa, no condomínio... no bairro...

Caros amigos, peço que leiam e repassem esse e-mail. É um relato de uma professora sobre a realidade da escola pública. Sem o apoio da mídia, só nos resta a internet para divulgar o que acontece.

PROFESSOR – UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO
Por Verônica Dutenkefer (20/06/2009)

Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.
Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisará trabalhar (por mais que ame muito o que faz).
Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante seja: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????
Constantemente, ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as Universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos, evidentemente.
Questionamentos:
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos, na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobram o conteúdo de cada disciplina.
Como pode num país.....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública? 

sábado, 20 de março de 2010

O mundo Não é Maternal.

(Martha Medeiros)

'É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto.
Quando se é adolescente a gente pensa que viveria melhor sem ela, mas é um erro de cálculo.
Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.
O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso.
O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro.
Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividados por vinte anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência e estoure o cartão de crédito.
Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.
O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através. Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento. O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta. O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa.
O mundo quer nosso voto, mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir.
O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se estrumbica. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. O mundo não quer saber de indivíduos, e sim de slogans e estatísticas. Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo.

Mãe é de graça.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dedicação integral ou carreira profissional?

As alegrias e as preocupações de mães que optaram por uma ou por outra solução

Sofia Cerqueira e Melissa Jannuzzi

Ricardo Fasanello/Strana
Fernanda Venturini jogadora de vôlei Para voltar às quadras, Fernanda fez um contrato especial com o BCN de Osasco, especificando que poderia levar a filha, Júlia, 1 ano e 4 meses, para todas as concentrações e jogos. A menina se hospeda com a babá no mesmo hotel em que fica o time. Presença freqüente nos estádios, Júlia já virou a mascote das jogadoras.
Não existe regra. Algumas mulheres conseguem manter o mesmo ritmo de antes, outras vivem buscando o tão sonhado equilíbrio e há ainda aquelas que optam por abrir mão de tudo. O sonho e a realização da maternidade vêm sempre acompanhados de um grande dilema: como se dedicar aos filhos e, ao mesmo tempo, crescer profissionalmente? A resposta não é uma simples questão de certo ou errado. Cada mãe encontra a própria fórmula. "Acho que filho vem para somar. Ficaria muito infeliz se deixasse a minha profissão", diz a atriz Claudia Raia, 36 anos, que trabalhou até duas semanas antes de a pequena Sophia nascer e voltou às gravações dois meses e meio depois. "Acho que ser mãe é ter enorme vontade de acertar. O que é bom para mim pode não ser para outra mulher", comenta a advogada Olga Antunes Maciel, 30 anos, que largou a promissora carreira no mercado financeiro para cuidar de Laura, 1 ano e 2 meses. "No meu contrato exigi que minha filha estivesse sempre comigo. Ela me acompanhou em todos os jogos e virou a mascote do time", diz a jogadora de vôlei Fernanda Venturini, 32 anos, mãe de Júlia, 1 ano e 4 meses, que acabou de ser campeã da Liga Nacional pelo BCN de Osasco. Não tem jeito. As escolhas, por mais diferentes que sejam, são sempre acompanhadas de momentos de incerteza. "É importante a mãe ser uma mulher realizada, independentemente de trabalhar ou não", avalia a psicanalista Márcia Rodrigues Ganime, da Sociedade Brasileira de Psicanálise no Rio. Pelo menos no próximo domingo, Dia das Mães, todas vão ter um motivo especial para estar em casa. Ricardo Fasanello/Strana Claudia Raia atriz Claudia estabeleceu condições para voltar ao trabalho apenas dois meses e meio depois de dar à luz Sophia: só gravaria duas horas por dia. Com o filho mais velho, Enzo, 6 anos, o retorno foi depois de um ano e dois meses. Nos intervalos das cenas, fugia para encontrá-lo mesmo que por pouco tempo. Claudia Martins/Strana Olga Antunes Maciel dona-de-casa (ex-executiva do mercado financeiro) Com a carreira em ascensão, Olga tomou uma decisão radical: largou tudo três semanas depois do fim da licença-maternidade. Ela só pensava em voltar para casa. Sua agenda agora inclui apenas cuidar de Laura, 1 ano e 2 meses, e do planejamento doméstico. "Diria que hoje sou uma profissional muito realizada." Nem que seja por pouco tempo. Daniela Maluf, 32 anos, executiva do Banco Opportunity, vive numa eterna correria. Diariamente ela passa onze horas longe das filhas Carolina, 9 anos, e Giovana, 6. "Elas sabem que são o que tenho de mais importante. Se temos uma boa vida, é porque trabalho muito", diz. O dia da executiva começa às 5h20, quando malha por uma hora. "É o único horário só para mim." Para coordenar crianças, babá, empregada e motorista, Daniela lança mão de bilhetes pela casa. "Isso dá segurança a todos. Ainda assim ligo cinco vezes por dia", admite. Para compensar o esforço de todos e, é claro, sua ausência, sempre que recebe um bônus do banco, presenteia as filhas e os empregados. Como Daniela, a publicitária Teresa Cicupira, 44 anos, sabe muito bem o que é viver com a agenda lotada e o tempo contado. Não agüentou. "Eu não soube dosar", diz ela, que, como muitas mulheres bem-sucedidas, ao dar à luz os gêmeos Maria Helena e Carlos, hoje com 8 anos, não alterou sua carga de trabalho. Quando as crianças estavam prestes a completar 4 anos, tomou uma decisão radical: largou o cobiçado posto de diretora da conta da De Beers, a maior mineradora de diamantes do mundo, na agência J.W. Thompson. "Quando via uma mulher parar de trabalhar, achava que ela ia ficar fora do mundo, só falando de babá e do feijão que queimou", lembra Teresa. Seu expediente era de doze horas por dia e ela fazia seis viagens internacionais por ano. Numa dessas ausências por causa do trabalho, veio o estalo: "Meus filhos estão crescendo, e um dia vou deparar com adultos que não conheço". A publicitária virou mãe em tempo integral. Bruno Veiga/Strana pediatra A médica encontrou sua fórmula de conciliar carreira e maternidade: reduziu os plantões a dois por semana. No resto do tempo, cuida de Luísa, 5 anos, e de Fernanda, 5 meses. Tem a ajuda do marido, que já passou por alguns sufocos. "Ele chegou até a botar uma roupa minha quando Luísa era bebê para ver se ela se acalmava com o cheiro." A questão do tempo, de fato, é o problema que mais atormenta as mães. Difícil encontrar alguma que não se assombre com o pesadelo de que seus filhos se transformem em adultos egoístas e inseguros por falta de dedicação materna. "Quanto mais horas a mãe puder ficar com o filho, melhor. Se o tempo é curto, o importante é a qualidade", diz a psicanalista Márcia Ganime. "O tempo tem de ser só para a criança. Não adianta dividir a atenção com os afazeres da casa", completa. Estreante no papel de mãe, a atriz Maria Ribeiro, 27 anos, faz planos para não desgrudar do rebento quando voltar ao batente – começa a ensaiar uma peça em agosto. "Criança feliz é junto da mãe. Prefiro ele mal-ajambrado num camarim a ser criado por outra pessoa", diz Maria, casada com o ator Paulo Betti e mãe de João, de 1 mês. A atriz, porém, nem pensa em abrir mão da carreira. "Vou ser uma mãe melhor se não deixar de fazer as coisas de que gosto", comenta ela. Claudia Raia, mãe de Enzo, 6 anos, e de Sophia, 3 meses, também acredita que é possível conciliar as funções de mãe e de profissional. Desde que o filho era bem pequeno, sempre dava a mesma explicação ao sair de casa: Mamãe vai trabalhar, mas volta. "Estou muito feliz por exercer a profissão que amo", confessa Claudia. Sophia, no entanto, conheceu ainda mais cedo a rotina da mãe. Claudia soube que estava grávida quando ia começar a gravar a novela O Beijo do Vampiro e o autor, Antônio Calmon, adaptou a história da vampira infértil ao estado interessante da atriz. De volta aos estúdios, com a filha recém-nascida em casa, não escapou dos sufocos. "Só gravava duas horas por dia. Mesmo assim, uma vez peguei um engarrafamento e o Edson (Celulari) teve de levar a Sophia, que chorava sem parar, até o meio do caminho para ser amamentada." Bruno Veiga/Strana Teresa Cicupira dona-de-casa (ex-publicitária) Ela foi até o limite: depois de ter os gêmeos Maria Helena e Carlos, hoje com 8 anos, manteve o ritmo de doze horas de trabalho por dia durante quatro anos. Os filhos ficavam com babás enquanto ela fazia até seis viagens internacionais por ano. Optou por largar a publicidade para acompanhar o crescimento das crianças. Cláudia Martins/Strana Maria Ribeiro atriz Novata no papel de mãe, Maria, que há um mês teve João, pretende voltar ao trabalho em agosto. Ela acredita que criança feliz é criança ao lado da mãe. Mas nem por isso pensa em se afastar dos palcos ou dos estúdios. "A vida toda vi outros artistas carregando os filhos para as coxias. Pretendo fazer o mesmo com meu filho." Improvisos fazem parte da rotina das mães que vivem divididas entre os cuidados com a família e a dedicação profissional. Júlia, 1 ano e 4 meses, filha de Fernanda Venturini e do técnico Bernardinho, já tem mais horas de vôo do que muito adulto. "Em todas as concentrações, ficava num quarto com a jogadora Virna e Júlia dividia outro em frente com a babá. Foi a condição que impus para voltar a jogar", conta Fernanda, que mora no Rio e nos últimos meses, quando defendia o BCN de Osasco, se mudou para São Paulo. Por causa da agenda de jogos da mãe, Júlia não segue a rotina rígida dos bebês de sua idade. "Você tem de montar uma estrutura de acordo com sua vida. De que adianta ela dormir às 7 da noite se não vê a mãe? Ela assiste a todos os meus jogos nos estádios", orgulha-se. A menina virou o xodó das outras atletas. "Ela tem de se acostumar com o barulho e o ritmo de vida dos pais." Fernanda, que chegou a se despedir das quadras ao engravidar, voltou atrás seduzida pelo desafio de mais um título. "Só entrei em deprê quando o Bernardo ganhou o Mundial de Vôlei e eu não estava ao lado dele. Eu me sentiria frustrada se não voltasse a jogar", afirma. Para não correr o risco de ficar dividida, a ex-executiva do Bank of America Olga Antunes Maciel, 30 anos, decidiu deixar para trás as aspirações profissionais. Largou a rotina de onze horas de trabalho diário três semanas depois de voltar da licença-maternidade. "Senti que não pertencia mais àquele lugar. As horas se arrastavam, e minha cabeça estava em casa." Olga, mãe da bochechuda Laura, 1 ano e 2 meses, está completamente realizada numa rotina de sopinhas, fraldas, pracinha e supermercado. "Quando me perguntam sobre a vida profissional, digo que hoje, sim, sou muito realizada, mas como mãe", declara. Fotos Ricardo Fasanello/Strana executiva do Banco Opportunity A correria de Daniela começa às 5h20, quando acorda para malhar. Ela passa onze horas longe das filhas, Carolina, 9 anos, e Giovanna, 6, e administra a rotina doméstica com bilhetes e telefonemas. "As meninas não reclamam porque sabem que não há opção. Sou muito feliz, e elas sabem que são o que existe de mais importante para mim", diz. Pôr um freio na carreira e dedicar mais tempo à criação dos filhos é uma decisão difícil. Nem começá-la, então, mais ainda. "As pessoas se surpreendem quando descobrem que nunca trabalhei e que optei por isso para cuidar dos filhos", diz Andréa Marinho, 27 anos, mãe de Tiago, 5, e de Felipe, 1. Casada com um consultor de informática, ela dedica as 24 horas do dia às crianças. "Quando vejo alguma mãe executiva nas reuniões de escola, não sinto um pingo de inveja. Gosto da minha vida assim, estou realizada", afirma. E enumera as vantagens: "Escutei a primeira palavra, vi o primeiro passo, o primeiro dente nascer..." Como em qualquer opção, a vida de mãe em tempo integral tem seus prós e contras. "Se trabalhasse, sobraria mais dinheiro para viagens e diversão", diz. A pediatra Flávia Bordallo, 36 anos, não cogitou a hipótese de parar de trabalhar depois de ser mãe, mas reduziu drasticamente sua carga horária. Até o nascimento de Luísa, 5 anos, trabalhava sessenta horas semanais. "Encontrei o meio-termo. Trabalho em minha área, mas não faço mais tantos plantões", conta Flávia, que tem ainda a pequena Fernanda, 5 meses, e duas vezes por semana dá plantão de doze horas na UTI neonatal da Clínica Perinatal. Mesmo assim, precisa da ajuda do marido, o advogado Marcelo Freire. "Meu marido pegou o jeito com criança no tranco. Hoje troca fralda, dá banho, mamadeira...", conta a médica, lembrando-se do sufoco que Marcelo passou logo que ela voltou aos plantões noturnos após o primeiro parto. "Ele ficou tão desesperado com o choro da Luísa que vestiu uma roupa minha para ver se ela sentia o cheiro e se acalmava", recorda, bem-humorada.

Patrícia Vasconcellos executiva da Shell Os dias de semana são para o trabalho. Os fins de semana, para os filhos. Patrícia conciliou o crescimento profissional com a educação de Bruno (à esq.), 20 anos, Rafael, 19, e Lucas (à dir.), 17. Os meninos sempre estudaram em período integral. "Não me sinto culpada. Apesar do pouco tempo, sou uma mãezona."

A opção de se dedicar exclusivamente aos filhos, de administrar a vida profissional e a educação da prole ou de não alterar em nada o ritmo de trabalho, no entanto, não impede que as mães vivam angústias e expectativas semelhantes. "Apesar de ficar muito tempo fora, eu me considero uma mãezona", diz Patrícia Vasconcellos, 50 anos, diretora de vendas para grandes clientes da Shell. "Quando um filho a impede de fazer o que gosta, você corre o risco de virar uma chata e um dia acabar cobrando", acredita Claudia Raia. A executiva da Shell fez desse pensamento sua cartilha. Teve os filhos Bruno, 20 anos, Rafael, 19, e Lucas, 17, no espaço de três anos. Nem por isso diminuiu o ritmo ou deixou de investir na carreira. Os filhos sempre estudaram em período integral e seus fins de semana eram 200% dedicados a eles. É claro que, na correria do dia-a-dia de uma executiva-mãe, não faltaram situações atípicas. "Por falta de tempo, eles colecionaram vários vales-presente em aniversários e Natais", lembra. "Mas ela sempre estava presente nos momentos importantes", afaga o filho Bruno. Não existe mesmo fórmula. Mãe é sempre mãe.

Andréa Marinho dona-de-casa Mãe à moda antiga, Andréa nunca trabalhou fora e se dedica 24 horas aos filhos Tiago, 5 anos, e Felipe, 1, e à casa. Sua opção surpreende as pessoas. "Não sinto um pingo de inveja de quem trabalha", diz. Por causa da escolha, o orçamento da família fica prejudicado. "Não mudaria nada. Eu me sinto feliz assim." VEJA - RIO Esta reportagem é bem antiga... 7 de Maio de 2003

sexta-feira, 27 de março de 2009

OS FILHOS NÃO PODEM ESPERAR

"OS FILHOS NÃO PODEM ESPERAR" (Children Won't Wait) "Há um tempo de se esperar pela chegada do bebê, tempo de consultar o médico. Há um tempo de planejar dietas e exercícios, tempo de preparar o enxoval. Há um tempo de se maravilhar com os caminhos de Deus, na certeza de que este é o destino para o qual fomos forjadas. Há um tempo de sonhar com o que essa criança poderá ser. Um tempo de orar a Deus, pedindo sabedoria para educar esta criança que carregamos. Um tempo de preparar-nos para que possamos nutrir também a sua alma. Mas eis que logo chega o tempo de nascer. Pois os filhos não podem esperar! Há um tempo para alimentá-los à noite, tempo de cólicas e remédios. Há um tempo para balançar e um tempo para andar pelo assoalho, Há um tempo para a paciência e para o auto-sacrifício, Tempo de mostrar-lhes que o seu novo mundo é um mundo de amor, de bondade e de confiança. Há um tempo de ponderar sobre o que eles são... não brinquedos, mas pessoas, indivíduos... almas criadas à imagem de Deus. Há um tempo para considerar a nossa participação. Não podemos possuí-los. Eles não são nossos. Nós fomos escolhidas para importarmo-nos com eles, amá-los, apreciá-los, nutri-los e dar contas a Deus por tudo isso. Nós devemos fazer o melhor para eles, Porque os filhos não podem esperar! Há um tempo de abraçá-los bem forte e contar-lhes as mais belas histórias que conhecemos. Um tempo de mostrar-lhes Deus, na terra, no céu e na flor; para ensinar-lhes a admiração e o respeito. Há um tempo de deixar os pratos na pia, para balançá-los no parque, Apostar uma corrida, fazer desenhos, apanhar uma borboleta e dar a eles uma amizade alegre. Há um tempo de apontar-lhes o caminho a seguir, de ensinar seus lábios infantis a orar, De ensinar-lhes a amar as palavras e o dia de Deus. Porque os filhos não podem esperar! Há um tempo para cantar, em vez de resmungar, de sorrir em vez de franzir a testa. De enxugar as lágrimas com um beijo e sorrir dos pratos quebrados. Há um tempo para compartilhar com eles as nossas melhores atitudes... o amor pela vida, o amor à Deus e o amor pela família. Há um tempo para responder às suas perguntas, todas as suas perguntas. Porque poder vir um tempo em que eles não queiram mais as nossas respostas. Há um tempo para ensiná-los, pacientemente, a obedecer, tirando mesmo os seus brinquedos. Há um tempo para ensiná-los sobre a beleza do dever, de habituá-los ao estudo da Bíblia, À alegria do respeito ao lar e à paz da oração. Porque os filhos não podem esperar! Há um tempo de vê-los sair bravamente, rumo à escola, de sentirmos sua falta em nosso caminho. De sabermos que outras mentes têm a sua atenção, mas que estaremos prontas para recebê-los, quando voltarem ao lar, E ouvir, ansiosamente, a história do seu dia. Há um tempo de lhes ensinar independência, responsabilidade e autoconfiança. De sermos firmes, mas amigas, de disciplinarmos com amor. Pois cedo, muito cedo, haverá um tempo de deixá-los partir, desligados dos nossos aventais, Porque os filhos não podem esperar! Há um tempo de guardarmos como tesouro, cada efêmero minuto da sua infância. Somente dezoito preciosos anos para inspirá-los e treiná-los. Nós não trocaríamos esse precioso patrimônio por quinquilharias como posição social, reputação profissional ou nos negócios, ou por qualquer tipo de pagamento. Uma hora de interesse, hoje, pode salvar anos de melancolia amanhã, A casa pode esperar, os pratos podem esperar, o quarto novo pode esperar, Mas os filhos não podem esperar! Haverá um tempo em que já não se ouvirão mais portas batendo, nem haverá brinquedos na escada, ou brigas infantis, ou marcas de dedos na parede. Então, olharemos para trás com alegria e não com remorso. Haverá, então, o tempo de nos concentramos em serviços fora de nossos lares; Visitando os doentes, os enlutados, os desanimados, os iletrados; Dando de nós mesmos para o 'menor destes'. Haverá um tempo de olhar para trás e saber que estes anos de maternidade não foram desperdiçados. Oremos para que haja um tempo de ver nossos filhos se tornarem pessoas justas e honestas, amando a Deus e servindo a todos. Deus, dê-nos a SABEDORIA para entender que HOJE é o nosso dia com os nossos FILHOS. Que não há um momento em suas vidas que não seja importante. Que entendamos que nenhuma outra carreira é tão preciosa, Que nenhum outro trabalho é tão recompensador, Nenhuma outra tarefa tão urgente! Que possamos não adiar nem negligenciar esta tarefa, Mas, pelo Teu Espírito, que a aceitemos de boa vontade, com alegria e júbilo, e pela Tua graça a realizemos Porque o TEMPO é curto e o nosso tempo é AGORA. Porque os filhos não podem esperar! (Helen M. Young - 1911/2002)

Maus-tratos contra crianças e adolescentes

Maus-tratos contra crianças e adolescentes

Todos os dias, crianças e adolescentes são vítimas de maus-tratos e com freqüência os autores dessa violência são seus próprios pais ou responsáveis. Infelizmente, existem poucas pesquisas em nosso país a respeito deste assunto, a fim de que possamos quantificar e demonstrar o grande prejuízo social e emocional que os maus-tratos infantis acarretam à criança e ao desenvolvimento de nosso país.

Sabemos que é de nossa inteira responsabilidade e dever, notificar após verificação, os maus-tratos sofridos por crianças e adolescentes, de acordo com o que dispõe os artigos 13 e 245, do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n° 8069 de 13/07/1090 (ECA). É necessário divulgar aos profissionais de diversas áreas e à sociedade em geral, as formas como são praticados esses maus-tratos, bem como sua forma de prevenção. Identificando-os, estaremos protegendo a criança, mobilizando a sociedade para a gravidade deste problema.

São formas de maus-tratos:

  • Maus-tratos físicos:

Uso da força física de forma intencional, não-acidental, ou aos atos de omissão intencionais, não-acidentais, todos praticados por parte dos pais ou responsáveis pela criança ou adolescentes, com o objetivo de ferir, danificar ou destruir esta criança ou adolescente, deixando ou não marcas evidentes. A pele é o local mais acometido pelos maus-tratos da criança e do adolescente.

  • Abuso sexual:

Situação em que uma criança ou adolescente é usado para gratificação sexual de um adulto ou adolescente mais velho, baseado em uma relação de poder. Inclui manipulação da genitália, mama ou ânus, exploração sexual, "voyeurismo", pornografia, exibicionismo e o ato sexual com ou sem penetração, com ou sem violência.

  • Maus-tratos psicológicos:

Rejeição, depreciação, discriminação, desrespeito, utilização da criança como objeto para atender a necessidades psicológicas do adulto. Pela sutileza do ato e pela falta de evidencias imediatas, este tipo de violência é um dos mais difíceis de se caracterizar e conceituar, apesar de extremamente freqüente. Cobranças e punições exageradas são formas de maus-tratos psicológicos, que podem trazer graves danos ao desenvolvimento psicológico, físico, sexual e social da criança.

  • Negligência:

Ato de omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para o seu desenvolvimento.

  • Síndrome de Munchausen:

Situação em que os pais mediante uma situação de sintomatologia, logram que, em seus filhos, sejam realizadas inúmeras investigações médicas (Roy Meadow, 1977).

Frente o desenvolver da violência, uma suspeita de maus-tratos já é motivo de alerta. Portanto, temos que estar sempre atentos e vigilantes para os sinais de maus-tratos. Eles indicam que precisamos nos mover para a proteção da criança e do adolescente.

Portanto, temos que estar sempre atentos e vigilantes para os sinais de maus-tratos. Eles indicam que precisamos nos mover para a proteção da criança e do adolescente.

Uma vez verificados os sinais de maus-tratos, você deverá notificar uma dessas entidades de proteção à criança:

  • Conselhos Tutelares

  • Juizado da Infância e da Juventude

  • Autoridades Policiais

  • Promotor de Justiça da Infância e da Juventude

  • Centros de Defesa da Criança e do Adolescente

  • Programa SOS Criança (FIA)

É necessário garantir que a violência cesse e que a criança esteja protegida de futuras agressões.

Fiquem atentos aos indicadores de maus-tratos em crianças e adolescentes.

Cinthia Polycarpo - Psicóloga cinthiapoly@hotmail.com

''As informações contidas nesse site têm objetivos meramente informativo, e não substituem o acompanhamento dos profissionais especializados''.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Mães, Pais e o exercício da autoridade

“Por que o pai tem mais autoridade do que a mãe?” Essa pergunta, feita por uma jovem mulher em uma reunião que fiz com pais de duas escolas em Curitiba, merece nossa atenção. Afinal, é grande o número de mães que dedicam boa parte do tempo à educação dos filhos e que se desgastam mandando que eles façam isto ou aquilo e que só são atendidas com muita insistência. E quando elas constatam que se o pai manda o filho fazer algo ele pode ser atendido de pronto, ficam cismadas. Afinal, por que isso ocorre?

Vamos, então, pensar um pouco a esse respeito. Em primeiro lugar, é bom reconhecer que o exercício da autoridade é praticado de modo bem diferente por homens e mulheres e não apenas com os filhos. Não podemos considerar que um seja mais efetivo que o outro tampouco melhor, mas que é diferente, é.

Em segundo lugar, é preciso também lembrar que a função da mãe na vida da criança tem características distintas das da função do pai. Aliás, função não tem necessariamente relação com a figura, ou seja, a função materna pode ser exercida pelo pai e a paterna pela mãe. Quando, por exemplo, uma criança acorda no meio da noite e é o pai levanta para acalmá-la, ele exerce nesse momento a função materna, caracterizada como proteção, aconchego, aquietação. Quando uma criança pequena pede para dormir com a mãe porque o pai está viajando e ela não permite, está a exercer a função paterna que é a de colocar a ordem familiar em ato, organizar os papéis dos integrantes e suas relações.

Pois bem: como ainda cabe à mãe, em geral, a maior parte do trabalho com os filhos, rapidamente estes identificam o quanto podem jogar com as ordens dela, qual o espaço de tolerância e de paciência com que contam para retardar a obediência. É bom lembrar quer as crianças pequenas permitem que sejam educadas pelos pais por um único motivo: medo de perder o amor deles. Desse modo, se comportam assim com a mãe porque identificam que não correm tal risco.

Esse fato, aliado às diferenças citadas no início, acaba por construir o quadro do qual muitas mães reclamam. Mas, quando a mãe se desgasta em demasia com essa situação, pode mudar: basta deixar claro aos filhos que o limite de jogo com as ordens que dá ficou mais restrito. Só que, como a criança já aprendeu diferente, precisa de um tempo – e paciência da parte da mãe – para se adaptar.

Em resumo: as crianças são muito hábeis em identificar o espaço autorizado implicitamente para transgredir ou retardar uma ordem dada, por isso é preciso localizar nos pais e não nelas as reações que apresentam frente ao exercício da autoridade.

Escrito por Rosely Sayão

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tão longe, tão perto

Os pais nunca declararam amar tanto os filhos quanto agora. Eles fazem tudo o que podem e o que às vezes nem devem porque, por amarem tanto os filhos, não suportam vê-los sofrer. Esforçam-se para dar a eles o melhor da vida porque querem que os filhos tenham tudo o que eles próprios, quando crianças, não tiveram. Estabelecem com os filhos um relacionamento aberto, íntimo e amigável porque não querem ser autoritários e distantes como foram seus pais. Enfim: os pais estão, hoje, apaixonados pelos filhos.

É compreensível: em um mundo no qual os laços afetivos entre os adultos estão sempre por um fio e se desfazem por qualquer bobagem, o clima de insegurança afetiva provoca novas buscas. Como a união com os filhos é a única que, atualmente, só a morte dissolve, ela tem servido como o porto seguro afetivo dos pais.

Para ter idéia de quão longe isso vai: uma diretora de escola de educação infantil no interior de São Paulo contou-me que, no Dia dos Namorados, vários ramalhetes de flores enviados pelos pais às filhas chegaram à escola. O problema está nas contradições que esse amor declarado tem apresentado.

Os pais que adoram tanto seus filhos contratam babás para ficar com eles diuturnamente, inclusive domingos e feriados. Vemos pais cujos filhos estão segurando nas mãos da babá ou no colo desta nos shoppings, nos cabeleireiros, nos consultórios, em hotéis, restaurantes etc. E ter babá dá muito trabalho! É seleção, busca de referências, treinamento e depois, se surgirem desconfianças, instalação de câmeras etc.

Mães e pais que dizem amar seus filhos sem medida fazem com que novos negócios prosperem em tempos de recessão.Os pais vão a um casamento com os filhos? Não há problema. Os noivos contratam empresas de recreação que ficam o tempo todo com as crianças, para que os pais "curtam a festa sem restrições". Nas férias, os hotéis precisam ter uma equipe de monitores que, além de entreter as crianças, também almoça e janta com elas.

Por falar em férias, acampamentos para crianças rendem no período. Até pouco tempo atrás, eles recebiam só adolescentes. A demanda dos pais fez com que proliferassem locais que recebem crianças pequenas: os pais já podem mandar seus filhos a partir dos quatro anos (!) para uma temporada fora, com direito a "espiar" pela internet como eles se divertem!

Quando o filho faz aniversário e os pais querem demonstrar todo seu amor dando uma megafesta, sem problemas: contratam um bufê que cuida de tudo. E a escola, para ajudar, recebe autorizações de saída e organiza os convidados para colocá-los no ônibus que os leva da escola para o evento.

A falta de tempo dos pais tem sido usada para explicar tantas buscas de recursos. Mas esse estilo tem muito mais a ver com a nossa cultura. Amor demais sufoca e idealiza. Pode ser por isso que os pais apresentem tanta contradição: amam tanto a idéia de ter o filho que precisam ficar longe dele para, talvez, não perderem o filho que imaginam ou gostariam de ter.

Escrito por Rosely Sayão

terça-feira, 24 de março de 2009

Serenidade é preciso

AP/Sky News

Hanna Jones tem leucemia desde pequena e os efeitos colaterais de seu tratamento comprometeram seu coração. A proposta médica foi a de fazer um transplante do órgão, única possibilidade de ela continuar a viver. Mesmo assim, Hannah recusou.

É que as chances de sucesso da cirurgia não são garantidas e complicações ainda maiores poderiam surgir. Hannah disse que está cansada de sofrer e que quer passar seu final de vida em casa, com a família. Quer viver – e morrer – com dignidade.

Hanna tem 13 anos e o apoio dos pais em sua decisão. A serenidade do semblante da mãe, registrada na foto, me deixou impressionada.

Pensei em tantas mães que conheço e que se desesperam quando o filho sofre ao enfrentar as pequenas adversidades próprias da vida na infância e na adolescência.

Frustrações, contrariedades, conflitos, dificuldades com deveres e responsabilidades escolares, com relacionamentos com colegas e amigos, com parentes; expectativas não atendidas, vontades que não se realizam, mudanças que causam angústia e receio. Tudo isso provoca sofrimento em crianças e jovens, é claro, mas a melhor maneira de os pais ajudarem talvez seja justamente não sofrer com eles.

Para dar o apoio necessário aos filhos nos momentos difíceis que eles enfrentam, é preciso muita tranqüilidade. Mesmo com o coração apertado, os pais precisam oferecer a segurança que o filho precisa para descobrir e usar os recursos que tem para travar suas batalhas.

É assim que crianças e jovens constroem uma imagem positiva de si: sabendo, primeiramente, que seus pais confiam em seu potencial; depois, percebendo que são capazes, sim, de viver sem excessiva proteção; finalmente, quando descobrem o sabor de suas conquistas e a capacidade que têm de superação dos fracassos.

Só com tranqüilidade os pais conseguem encorajar o filho a encarar frente a frente sua vida, seus problemas, seus sofrimentos. Para ajudar, vale a pena lembrar: crescer e amadurecer dói mesmo, fazer o quê?

Escrito por Rosely Sayão

segunda-feira, 23 de março de 2009

Educar X Proteger

Sábado quase sempre é meu dia de dedicação exclusiva ao trabalho não remunerado: o da administração da casa. Vou à feira, faço supermercado, coloco ordem na casa. Mesmo em meio a tanta estimulação e obrigação ainda presto atenção nas pessoas com quem cruzo e observo o que dizem e o que fazem, com quem estão. Sou voyeur da vida pública, diz um amigo. É desse modo que encontro bons motivos para escrever alguns de meus textos e expor minhas análises, como esta, por exemplo. Não demorou muito para, no supermercado, eu perceber caminhando quase a meu lado a mãe e sua filha de seis anos, mais ou menos. Elas passeavam, compravam, trocavam idéias. O que chamou minha atenção logo de início foi a tranqüilidade das duas em seu relacionamento. Elas estavam, realmente, juntas e, talvez, sair para fazer compras tenha sido apenas pretexto para o passeio delas já que mais olhavam e conversavam do que colocavam coisas no carrinho. Em dado momento, a garota pegou algo da prateleira para apreciar de perto. Assim que devolveu o objeto olhou para a mãe e, com cara de choro, reclamou que havia sujado as mãos. A mãe, calma, tirou da bolsa um lenço úmido, limpou as mãos da filha e continuou, tranqüila, o trajeto. Assim que a filha fez menção de pegar outra coisa, a mãe adiantou-se e pegou para ela dizendo que, desse modo, ela não sujaria mais as mãos. Considerei essa cena emblemática de como temos tentado proteger os nossos filhos das “sujeiras” desse nosso mundo e de como fazemos todos os esforços para que eles não sofram, não tropecem nem caiam, não se deparem com suas dificuldades. Temos protegido nossa prole de forma exagerada, impedindo, assim, que vejam a vida como ela é. Se gostamos tanto do slogan que diz que educar é preparar para a vida, que raios de vida é essa que achamos que eles irão viver?
Escrito por Rosely Sayão

domingo, 22 de março de 2009

Sobre as influências da televisão

Autor: FERNANDO SAVATER

“A revolução que a televisão causa na família, principalmente por sua influência sobre as crianças, nada tem a ver, segundo o sociólogo americano Neil Postman, com a sabida perversidade de seus conteúdos, mas provém de sua eficácia como instrumento de comunicação de conhecimentos. O problema não reside no fato de a televisão não educar suficientemente, mas no fato de educar demais e com força irresistível; o mau não é a televisão transmitir falsas mitologias e outros embustes, mas é ela desmistificar vigorosamente e dissipar sem contemplações as névoas cautelares da ignorância que costumam envolver as crianças para que continuem sendo crianças.

Durante séculos, a infância manteve-se num limbo à parte do qual as crianças só iam saindo gradualmente, de acordo com a vontade pedagógica dos adultos. As duas principais fontes de informação eram, por um lado, os livros, que exigiam um longo aprendizado para serem decifrados e compreendidos, e, por outro, as lições orais de pais e professores, sabiamente dosadas. Os modelos de comportamento e de interpretação do mundo que se ofereciam à criança não podiam ser escolhidos voluntariamente nem rejeitados, porque careciam de alternativa. Só depois de chegarem a uma certa maturidade e de se curar da infância os neófitos iam se inteirando de que havia mais coisas no céu e na terra do que até então lhes tinha sido permitido conhecer. Quando a informação revelava as alternativas possíveis aos dogmas familiares, dando lugar às angustiantes incertezas da escolha, a pessoa estava suficientemente formada para suportar melhor ou pior a perplexidade.

Mas a televisão acabou com esse desvendamento progressivo das realidades ferozes e intensas da vida humana. As verdades da carne (o sexo, a procriação, as doenças, a morte...) e as verdades da força (a violência, a guerra, o dinheiro, a ambição e a incompetência dos príncipes desse mundo...) antes eram escondidas dos olhares infantis, cobertas com um véu de recato ou vergonha que só se levantava pouco a pouco. A identidade infantil ( a mal denominada “inocência” das crianças) consistia em ignorar essas coisas ou em lidar apenas com fábulas a respeito delas, aos passo que os adultos caracterizavam-se justamente por possuir e administrar tantos segredos. A criança crescia numa obscuridade aconchegante, levemente intrigada por esses temas sobre os quais ainda não lhes davam respostas completas, admirando com inveja a sabedoria dos adultos e desejosa de crescer para ser digna de compartilhá-la.

Mas a televisão rompe esses tabus e, de maneira generosamente desordenada, conta tudo: deixa todos os mistérios com a bunda de fora e, na maioria das vezes, da forma mais literal possível. As crianças vêem na tela cenas de sexo e matanças bélicas, é claro, mas também assistem a agonias em hospitais, ficam sabendo que os políticos mentem e roubam ou que outras pessoas zombam daquilo que seus pais dizem que deve ser venerado. Além disso, para ver televisão não é preciso nenhum aprendizado especializado: acabou-se a trabalhosa barreira que a alfabetização impunha aos conteúdos dos livros. Com algumas sessões diárias de televisão, até mesmo assistindo aos programas menos agressivos e aos comerciais, a criança fica por dentro de tudo o que antes os adultos lhe escondiam, enquanto os próprios adultos vão se infantilizando também diante da “tevê”, na medida em que se torna supérflua a preparação por meio de estudos, antes imprescindível para se conseguirem informações.

A televisão fornece meios de vida, exemplos e contra-exemplos, viola todos os recatos e promove entre as crianças a urgência de escolher que está inscrita na abundância de notícias frequentemente contraditórias. E há mais: a televisão não só opera dentro da família como também emprega os instrumentos de persuasão cálidos e acríticos da educação familiar. ...

Não há nada tão subversivo educacionalmente falando quanto uma televisão: longe de submergir as crianças na ignorância, como acreditam os ingênuos, ela as faz aprender tudo desde o início, sem respeito pelos trâmites pedagógicos. Ah, se pelo menos os pais estivessem junto delas para acompanhá-las e comentar esse impudico bombardeio de informações que tanto acelera sua instrução! No entanto, é próprio da televisão funcionar quando os pais não estão e, muitas vezes, para distrair os filhos do fato de os pais não estarem... ao passo que em outras ocasiões eles estão, mas tão mudos e enlevados diante da tela quanto as próprias crianças.”

(FERNANDO SAVATER, O Valor de Educar)

sábado, 21 de março de 2009

Agora chega!

Outro dia fui ao supermercado e levei um susto: um corredor inteiro forrado de chocolate por todos os lados. Eu me senti andando em um verdadeiro “corredor polonês”, ameaçada por ovos de páscoa que estavam lá com o objetivo claro de impelir quem estava abastecendo a casa a escolher e a comprar pelo menos um tipo de chocolate. Com tanto apelo ao consumo, os pais não resistem. Na páscoa, crianças e adolescentes ganham muito, mas muito chocolate. Há ovo que pesa até 5 kg! Se há oferta, é porque há comprador, não é verdade? E em meio a tanto chocolate, é bom lembrar que uma das funções dos pais é ajudar o filho a estabelecer um limite de saciedade já que, se depender só deles, esse limite pode ser alargado até provocar mal-estar. Eu adoro colecionar ditados populares e um deles diz que criança é um “saco sem fundo”, lembram-se disso? Pois são mesmo. Quando começam a comer algo que gostam, não sabem a hora de parar. E esse tipo de comportamento deles não se restringe ao comer: refere-se a quase tudo da vida deles. Não sabem identificar a hora de parar de brincar, de ficar na internet, de conversar ao telefone etc. Por isso, uma das funções importantes dos pais é dizer aos filhos “agora chega”. Se pensarmos bem, o “agora chega” dos pais começa logo que o filho nasce e precisa persistir até o final da adolescência. Só muda mesmo é o objeto do basta. Desde o mamar até o namorar, são os pais que precisam sinalizar ao filho a hora de interromper uma atividade. É assim que eles podem aprender a controlar a vontade que têm e não serem controlados por elas, é assim que exercitam a paciência para esperar, é assim que conseguem dirigir seu olhar para outros interesses. Mas, é bom lembrar que o “agora chega” dos pais precisa ser responsável. De nada adianta dizer ao filho “agora chega de comer chocolate” e deixar a tentação ao seu alcance.
Escrito por Rosely Sayão

segunda-feira, 16 de março de 2009

Enfrentando crises no casamento

O fundamento do casamento A mentalidade utilitarista tem tomado conta da sociedade moderna, onde cada um busca o que é seu. É a mentalidade egoísta da auto-satisfação e do proveito próprio (cada um quer levar vantagem em tudo). É aquele patrão que suga do empregado e depois o dispensa quando este já não lhe interessa mais. A mesma mentalidade descartável se observa no casamento, quando as pessoas parecem mais perguntar: “que vantagem que eu levo?” Do que “o que é que eu estou trazendo para o casamento?”. Os votos e os compromissos do casamento, tais como: “na felicidade ou na desventura, em riqueza ou na pobreza, com saúde ou enfermo(a)... até que a morte nos separe”, são quebrados com a maior facilidade. Assim, quase tudo se torna desculpa para a separação e o divórcio. Infantilidade e leviandade são uma constante em nossa sociedade. Os casais não se esforçam mais como antigamente para enfrentar e superar os obstáculos que surgem ao casamento. Não unem mais suas forças para remover o obstáculo ou superá-lo com criatividade e disposição. Mas, afinal, o que é o casamento? Seria meramente um contrato social entre duas pessoas? O que deve sustentar um casamento? A falta de amor seria desculpa legítima para se dissolver um casamento? Dietrich Bonhoeffer escreveu um sermão para o casamento de uma sobrinha sua. Disse ele: “O casamento é maior do que o amor que vocês têm um pelo outro. Ele tem em si grande dignidade e força por ser a ordenança santa através da qual Deus planejou a perpetuação da raça humana, até o fim dos tempos. No amor que os une, vocês vêem apenas a si mesmos no mundo, mas ao se casarem tornam-se um elo na cadeia das gerações que Deus faz aparecer e partir para sua glória, chamando-as para o seu reino. Em seu amor, vocês vêem apenas o sétimo céu da sua felicidade, mas no casamento recebem uma posição de responsabilidade perante o mundo e a raça humana. Seu amor é propriedade particular, mas o casamento não pertence a vocês; é um símbolo social, uma função de responsabilidade.” Nossa sociedade tem perdido o senso da importância da aliança. Cada dia que passa, as pessoas estão levando menos a sério os votos e os compromissos de fidelidade. O número de divórcios tem aumentado em ritmo muito acelerado e preocupante. Parece que as pessoas em geral não estão nem aí para o fato de Deus odiar o repúdio (Malaquias 2.10-16). Pensam que o divórcio é a solução para os problemas de relacionamento. Perderam o temor do Senhor que é base de sustentação dos relacionamentos humanos como ensinou o Apóstolo Paulo (Ef 5.21, 22 e 25; Cl 3.18). Paulo ressalta as expressões “no temor do Senhor”, “como ao Senhor” e “como convém no Senhor”, mostrando que, respeitando a Deus e buscando agradá-lo, encontraremos uma maneira de nos entendermos bem com a outra pessoa. Temos aí um bom fundamento para a solução das diferenças, crises e problemas do casamento. Então, o casal, no temor do Senhor, deve levar a sério sua aliança e compromisso; ambos devem procurar nutrir o amor e o afeto. Cada um deve se esforçar por preservar a unidade, a harmonia, promovendo, assim, a felicidade do lar. É possível quando se tem vontade, quando se tem fé e quando se busca amar.

Enfrentando crises e dificuldades no casamento: Algumas áreas de atrito: 1) Comportamento: Temperamento - reagimos de modo diferente, etc. 2) Psicológicos: traumas e feridas na alma (necessário ser sensível ao cônjuge, conhecer seus dilemas interiores, seus traumas familiares: maneira como foi criada, etc.); 3) Criação: hábitos fortíssimos e arraigados (toalhas e roupas jogadas; limpeza e higiene; etc.) 4) gostos diferentes 5) supervalorização do irrisório, se faz uma tempestade num copo d’água (ronco, por exemplo) 6) Decisões e escolhas; decisões pessoais e profissionais (o marido, por exemplo, que vive trocando de emprego e comunica depois a esposa; mudança, compras, etc - o ideal seria uma profunda participação nas decisões mútuas) 7) Finanças 8) Intromissões de familiares e amigos; como deve ser o relacionamento com os sogros? Quem deve estabelecer os limites? Como evitar problemas nesta área? Como solucionar os já existentes? 9) Sexo e afeto 10) Quando o cônjuge é negligente para com as suas responsabilidades; 11) Vícios; 12) Falta de Comunicação; palavras duras e cruéis; carência de palavras amigas e cheias de afeto; falta de elogios em particular e em público; 13) Ciúmes; 14) infidelidade, mentiras. O que fazer quando brigamos? Somos humildes para reconhecer os nossos erros ou sempre nos justificamos? Sabemos pedir perdão? Somos maduros o suficiente para perdoar e buscar a reconciliação? Tomamos a iniciativa para a reaproximação ou ficamos esperando que o outro o faça? Estamos dispostos a renunciar aquilo que estorva nosso relacionamento conjugal e familiar, abandonando uma atitude egoísta e buscando o bem comum a todos? O que cada cônjuge pode fazer para melhorar o seu casamento? O que fazer quando o amor esfria ou acaba? A falta de amor não deve ser usada como desculpa para a separação. Vimos acima que o amor não é a base para o casamento, mas que é o compromisso do casamento levado a sério que deve servir de base para a edificação e resistência do amor. O amor não é opção é mandamento. É dever de um cônjuge amar o outro. Amor é verbo, é ação. O amor não é algo externo a nós, como um raio que cai sobre nós, a respeito do qual não podemos fazer nada. Somos responsáveis pelo amor. Não podemos dizer: “não amo mais, acabou. O que me resta fazer agora senão desistir? Ou, o que posso fazer já que não amo mais?”. Pois, na verdade, você pode fazer muito. Você pode amar! Você pode investir no amor, plantar, regar, cultivar, fazer crescer. O amor é arma poderosa que pode transformar toda e qualquer situação. Plante o amor e colherá o fruto da felicidade. Devemos amar assim como Deus nos amou, de maneira incondicional. Mas, muitos dizem: “Eu amarei se ele(a) fizer isso e aquilo.” O imediatismo e o utilitarismo presentes em nossa sociedade faz com que a maioria não esteja disposta a suportar as frustrações geradas pelas relações humanas, o que gera ruptura prematura das relações de amor e amizade, não concedendo a elas o tempo necessário e a chance de sobreviver e de se solidificar. Maturidade é saber se impor frustração em curto prazo para colher satisfação a médio e longo prazo. Você está disposto a investir amor no seu casamento? Igreja Metodista Livre do Brasil www.ejesus.com.br

Internet - O mundo sem limites

É certo afirmar que com o surgimento da Internet, a rede mundial de computadores, que chegou ao Brasil em 1994 com o primeiro provedor brasileiro de internet, tudo ficou mais fácil e prático. Podemos estar aqui no Brasil e em um segundo, ou com alguns “cliques”, podemos viajar para o outro lado do mundo.

Adquirir conhecimentos de outras culturas, conhecimentos técnicos, religiosos e outros inúmeros ramos de pesquisas tornaram-se muito mais fáceis e rápidos. Mas há um problema nisso tudo, ainda não há uma política de segurança relacionada ao tipo de conteúdo que é vinculado por esse meio. Tudo – tudo mesmo – é permitido.

Da mesma forma que usamos a internet para aprender mais sobre nossa área de atuação, para divulgar nossos conhecimentos em publicações ou em artigos, existem pessoas que a usam para divulgar a prostituição adulta e infantil, terrorismo, e muitas outras idéias errôneas que podem atingir pessoas despreparadas em nível psicológico, ou enriquecer os conhecimentos daqueles que já praticam esse tipo de coisa, e que poderão fazer uso dessas informações para fins escusos.

O sondar dos nossos pensamentos e, principalmente, cuidar das nossas crianças é muito importante. Devemos tomar cuidado com o que deixamos penetrar em nossa retina e fazer morada dentro da nossa mente. Devemos policiar nossos filhos, acompanhando-os na “viajem” que farão pelo mundo “ilimitado” da internet.

Por diversas vezes nos deparamos com imagens e idéias simplesmente absurdas. O satanismo tem sido algo crescente na internet. Ele é divulgado de forma clara e fácil de ser acessada até por uma criança; não há o mínimo de restrição às idéia satânicas. São inúmeros os sites e não cabe a nós divulgá-los, mas, com certeza, são muitos.

Abaixo estão algumas dicas para proteger as pessoas que podem ser mais atingidas por esse bombardeio de idéias que não são nem um pouco edificantes. Muito pelo contrário, causam a deterioração de qualquer formação moral e/ou intelectual de uma criança.

1º - Mostre confiança no seu filho: Ficar “marcando em cima”, deixa transparecer que você não confia na criança. Explique ao seu filho o porque de estar “vigiando-o”.

2º - Privacidade: As crianças também têm o direito a privacidade. A falta dela pode gerar conflitos dentro do seu lar e uma má interpretação da criança aos seus cuidados. Pense em qual será a reação de seus filhos a determinado tipo de supervisão. Conheça os “hábitos On-line” da criança.

3º - Segurança e Realidade: Seja o mais realista possível e assim determine previamente o que a criança pode ou não ver na internet. Explicando o “não pode” e o “pode”, para que a criança não pense que é uma mera imposição ditatorial de um pai.

As crianças mais novas merecem uma atenção especial

Os tópicos mais importantes nesse caso são:

1º - Navegar junto do seu filho: Dessa forma você poderá ajudá-lo e monitorá-lo enquanto estiver acessando a web.

2º - Formule regras a serem cumpridas: Crie um sistema de “política” dentro do qual a criança deve se manter. Mostre o que pode e o que não pode, explicando o “porque” de cada coisa.

3º - Dê orientações às crianças quanto a informações pessoais: Algo que vem crescendo muito são os crimes relacionados a informações obtidas pela internet. As crianças são facilmente ludibriadas e podem fornecer informações valiosas sobre a família, a casa, e muitas outras coisas. Oriente-os a não fornecer de forma alguma esse tipo de informação.

4º - Senhas e nomes de usuário: Proteja suas senhas. Ensine seus filhos a não fornecerem qualquer tipo de senha. Crie senhas difíceis de serem decifradas. Datas de nascimento, aniversário de casamento e coisas assim não são muito indicadas como senha. Os nomes de usuários também devem ser muito bem escolhidos.

5º - Provedores pré-filtrados: Existem hoje sistemas de proteção em determinados provedores. Isso dificulta o acesso a informações que você não queira ter na sua tela. Não que haja um bloqueio delas na internet, mas em seu computador elas não poderão ser visualizadas; a não ser que você digite uma senha ou algo semelhante.

Essas são algumas das dicas importantes para uma navegação saudável e inteligente, na qual a única coisa a se preocupar é com o saber... E como o saber nunca é demais, não há com que se preocupar se forem seguidos esses e outros conselhos.

Breno Amaral :: Fonte: Lagoinha.com Publicação original, Clique Aqui

Entre o amor e a razão

Entre o amor e a razão

A questão do limite mútuo no casamento - o que fazer e como agir? Que o amor é lindo, ninguém duvida. Mas como sustentar a beleza desse amor no contexto do casamento quando surge a questão dos limites? No calor dos conflitos e dilemas, emergem questões outras ainda mais sagazes: ceder ou não? Aceitar ou recusar? Não é raro encontrar casais recém casados ou casados há bastante tempo reclamarem um do outro quanto à questão dos limites. Não é preciso visitar um consultório particular de um psicólogo, um psiquiatra ou um especialista na área para se constatar isso. Esse fato salta aos olhos e aos ouvidos de qualquer um, em qualquer lugar. Basta, por exemplo, estar num ônibus rumando para casa ou para algum compromisso para, de repente, se deparar com a cena de duas mulheres ou dois homens trocarem queixas entre si do relacionamento(marido e mulher, claro), alegando que não é respeitado em relação aos limites impostos. A questão dos limites tem sido motivo de tanta preocupação não só por parte de especialistas e entendidos da área, mas também por parte de pais, educadores, diretores de escola, professores e todos aqueles que lidam com as mazelas e vicissitudes humanas. A razão e o estopim de tudo são uma só: a violência cada vez mais precoce e desenfreada. As estatísticas e manchetes estão aí. Os doutores Henry Cloud e John Towsend, ambos PhD em psicologia clínica, são autores da série de livros intitulada Limites. Eles abordam o assunto em diversas áreas do relacionamento, como no casamento e na criação dos filhos. Em sua pertinente obra, Limites no Casamento(Editora Vida), eles mostram que tipo de conflitos podem surgir quanto não há limites no casamento, e o que fazer quando um ou outro não os aceitam. De “quebra”, eles deixam claro o que pensam aqueles que não gostam de limites. “As pessoas que não respeitam os limites dos outros em geral têm um único lema na vida: faço apenas o que quero.” Segundo explicam, a razão de tal comportamento: “Quem é avesso aos limites reage dessa forma porque realmente acredita que o limite – qualquer que seja – seja injusto e ofensivo.” Como então agir nesses casos? Eles dão algumas dicas. Aqui vão elas *:

- Não negue nem minimize a situação se o problema de limites for grave. De nada adianta fugir da verdade; - Não desconsidere a situação, esperando as coisas melhorarem. O tempo por si só não cura a imaturidade; - Não fique mais complacente e afetuoso, achando que o amor conserta tudo. O caráter precisa mais do que o amor para amadurecer; - Não seja implicante. Ficar repetindo a mesma coisa não vai mudar nada (Pv 21.9); - Não se deixe surpreender toda vez com o comportamento do seu cônjuge. É uma reação defensiva comum de quem ainda tem esperança. Se uma pessoa inconseqüente não sofrer nenhuma pressão externa, continuará inconseqüente. As coisas não vão mudar enquanto você não começar a fazer mudanças em seu relacionamento; - Não jogue a culpa no outro. Dificilmente os conflitos de limites no casamento têm um lado totalmente inocente e outro lado totalmente culpado. Reconheça a sua parte no problema, tirando a trave de seu próprio olho (Mt. 7:5); - Não assuma toda a responsabilidade pelo problema. Se você eximir o seu cônjuge da parte que lhe cabe, vai piorar ainda mais o problema (Pv. 19:9) Essas dicas são válidas e estão inseridas num contexto em que a falta de limites está relacionada à falta de caráter, quando o cônjuge sabe o que está sentindo e pensando, mas menospreza os limites que você impõe e até os resiste. Nesse contexto e caso, dizem os autores, o problema deve ser tratado isoladamente, ou seja, só um dos cônjuges – no caso, o que está sendo menosprezado, já que ambos são como adversários. Eles, os autores, recomendam que o problema não deve ser tratado em conjunto, ou seja, o companheiro procurar o companheiro e solucionar a questão. Cloud e Towsend explicam. “Como uma criança irritada, seu cônjuge não vai gostar quando você entrar no universo dos limites... Não espere a cooperação de seu cônjuge.” Uma boa dica nesse caso seria procurar auxílio de terceiros, junto a pessoas de confiança, que sirvam de intermediários. A questão dos limites é um problema universal, a despeito da cor da pele, classe social, fomação acadêmica. Afinal, quem gosta de receber um “Não” como resposta? Domar a carne e a índole humanas não é tarefa das mais fáceis, mesmo para o mais espiritual dos homens. A Bíblia está recheada de exemplos de homens e mulheres que sempre tiveram dificuldades para lidar com seus limites e com os limites dos outros. E o preço que tiveram que pagar por infringir regras foi altíssimo. Assim, se considerarmos que educação vem do berço e que é de lá que se inicia todo o processo de amadurecimento, que se estende por toda a vida, quanto mais cedo os pais, professores e educadores passarem a orientar, a ensinar e a educar as crianças, melhor será para todos. Porque respeito é bom, e todo mundo gosta. Inclusive Deus. Por Marcelo Ferreira Jornalista
:: Fonte: Lagoinha.com Publicação original, Clique Aqui

Falta de paciência com os filhos

Falta de paciência com os filhos Talvez o problema esteja no casal Por Gisele Alves Educar, trabalhar para oferecer o melhor, impor limites, dar amor e carinho, proporcionar um ambiente saudável e além de tudo isso, se manter paciente. Com certeza esta lista de tarefas imposta aos pais não é nada fácil. Porém, é preciso fazer de tudo para cultivar a virtude da paciência. Atualmente os pais passam mais tempo fora do que dentro de casa, devido por exemplo a alta carga horária de trabalho ou estudos. Muitas vezes quando chegam eles estão cansados e não se reúnem com os filhos nos horários das refeições, com isso a paciência quase não se é mais exercitada. A pedagoga cristã Cris Poli, a Supernanny do SBT, disse em entrevista para revista Enfoque Gospel no mês de julho que a direção correta em se tratando de educação é buscar um equilíbrio. "Teve uma época em que a educação era muito rígida, nada era permitido, os valores morais eram outros. Depois, veio uma época de reação contrária: tudo é permitido, a criança é livre para escolher. Mas isso também não deu certo, porque veio a rebeldia, a violência e uma série de coisas que os pais não conseguiram controlar", afirmou. A psicóloga mestre em educação Elaine Cruz, explica que quando um casal costuma perder sempre a paciência para lidar com um filho pequeno é porque existem dois fatores que antecederam o problema. "Primeiro é preciso pensar em qual é a visão que os pais tinham sobre infância, pois existe casal acreditando que as crianças serão sempre como aquelas da TV, bonitinhas, comportadinhas, como se todo mundo viesse formatado para ser obediente, e criança não é assim, cada filho é de um jeito", explica. Elaine continua dizendo que uma segunda questão é o quanto eles conversaram a respeito deste filho antes dele nascer. É importante que os dois decidam quais serão as regras e os limites. "Um dos cônjuges vai dizer que passou a infância inteira brincando solto na rua e o outro vai lembrar que foi criado cheio de limites e sequer dormia fora de casa. Então, isso precisa ser discutido, porque quando a criança nasce deve-se saber muito bem o que vai ser permitido ou não para ela". A especialista chama a atenção para outro fator que pode atrapalhar esta situação, que é a interferência de parentes. Muitas vezes, uma sogra ou um tio, normalmente pessoas que moram bem perto e costumam participar ativamente desta educação, criando uma confusão neste relacionamento entre pais e filhos. Para ela, isto se torna complicado e preocupante, já que as regras são diferentes em cada família. Ela lembra que isto tudo deve ser resolvido antes que a criança nasça. "A partir daí, quando já se sabe a concepção de infância, fica muito mais fácil. E provavelmente eles não serão impacientes", afirma. De acordo com a psicóloga, no caso de nada disso ter sido feito e a impaciência ter se alojado, é preciso "frear" a situação. "Deve-se parar de brigar com essa criança e começar a entender o que significa infância para os dois. Seria manter o filho trancado no quarto estudando de perninha cruzada? deixar essa criança viver, brincar, correr... ou um meio termo, usando um equilíbrio? Isto seria o ideal. Partindo daí os dois precisam conversar sobre quais regras irão impor para essas crianças e quais limites serão colocados ,e em seguida aplicá-os mesmo que já se trate de um adolescente". Elaine diz ainda que as vezes é preciso reconhecer a falha que tiveram neste processo. Além disso tudo, a psicóloga destaca uma outra vertente. Talvez o problema esteja no casal e os dois estejam descontando esta sobrecarga na criança. "É preciso pensar: Será que não estou com raiva do meu marido e colocando meu filho contra ele? Será que sexualmente não estamos nos dando bem, isso está nos fazendo mal e trazendo irritações? Será que o nosso casamento não precisa de algum tipo de ajuste? Será que não precisamos conversar mais rir mais? Talvez o o filho esteja muito tempo no quarto e esteja funcionado como alguém que separa pai e mãe.", orienta. Segundo ela, além dessas situações, podem haver outros fatores como: trabalhar muito, se estressar, não ter um lazer e não dormir o suficiente. Enfim, alguma coisa nessa relação não vai bem, esclarece Elaine afirmando que existem três pontos cruciais neste assunto: Concepção de infância e filho, determinação de limites e regras e cuidados para que o casamento vá bem. Afinal, quando o relacionamento dos dois não está dando certo, fica complicado lidar com insatisfação conjugal juntamente com as necessidades do filho. "Afinal, ele geralmente não vai ser daquele padrão que se imagina e isso é muito bom, porque somente assim é que se aprende com as indiferenças", conclui. A programadora musical Claúdia Corrêa, mãe de Daniel e Samuel, de 4 e 2 anos respectivamente, diz que manter a paciência é complicado, principalmente para as mulheres que trabalham fora. "Quando chego em casa as crianças estão bem "agitadas" e querendo atenção o tempo todo....mamãe vamos brincar? aí eu tenho que largar as tarefas domésticas para ficar um pouco com eles e ajudar o mais velho nas tarefas escolares de casa. Depois que meu marido chega do trabalho tenho que dividir as atenções e as vezes, não consigo conversar com ele, antes dos meninos dormirem. Mas isso faz parte, eles são uma bênção. Eu sempre desejei ser mãe, eles são o meu presente de Deus. A pior parte é quando eles brigam, aí respiro fundo, muita calma nesta hora, mas têm momentos em que só param quando grito....eu sei que é errado.....mas, as vezes é preciso", afirmou. :: Fonte: Site Elnet Publicação original, clique aqui.