Quando
ficaremos satisfeitos com o que temos? Eu tenho me preocupado com a
busca desenfreada que as crianças estão de estarem sempre querendo ter o
melhor, querem a melhor chuteira, a roupa porque é de marca, o vídeo
game tem que ser o que a galera tem, mesmo que se tenha um novo e também
de última geração.Com esse avanço tecnológico em que estamos inseridos
hoje, a TV que compramos "ontem", hoje já ficou obsoleta, o brinquedo
que se queria tanto e acabou de ser lançado, tá no fundo da gaveta
porque agora o do momento é outro e não há tempo para ficar para trás,
afinal aquele colega "bonado" tem!
Ter,
ter, ter... Essa palavra me irrita algumas vezes, sendo falada tanto
por crianças como adultos, coisa mais chata você num grupo conversando e
do nada ou "tudo", a conversa vira a fogueira das vaidades.
Me
lembrei agora de uma frase que escutei quando meu primogênito era bebê,
tinha por volta de 2 anos, estávamos no "Baixo Bebê", acho que no
Leblon, numa praia no RJ que tinha, ou ainda tem, não sei, uma área
reservada aos bebês, como um parquinho.Havia uma criança brincando que
não deixava nenhuma outra brincar, batia, corria para que os outros não
pudessem usar os brinquedos, empurrava e a mãe só dizia: - Filha, não
pode! Mas nenhuma interversão mais adequada neste caso foi tomada, como
tirar a criança de cena, explicar as regras e dar-lhe mais uma chance
para brincar e compartilhar o espaço. Isso é o que geralmente faço agora com o Dan que está nesta fase, e já fiz com os outros 3, caso
não consiga obedecer as regras, tiro de cena por completo, afinal
vivemos em sociedade e temos regras desde pequenos, assim vou fazendo
até que entenda e se comporte satisfatoriamente, é um aprendizado
diário e constante, com recaídas, cansativo, mas necessário.
Bom,
me estendi um pouco no assunto... Mas queria somente chegar ao desfecho
da história... A criança mordeu a outra e o pai perguntou para a mãe da
criança "dona do pedaço", porque não tomava nenhuma atitude e a resposta
foi um simples "São apenas crianças"!... Foi aí que escutei a frase que nunca mais
esqueci: - São crianças, mas educadas por adultos! Falou o pai da
criança que chorava por conta da mordida.
São
crianças, mas educadas por adultos!
Onde estão os adultos, pais
preocupados com o bom nome, em cumprir o que prometem, homens e
mulheres de palavra comprometidos com a verdade custe o que custar. Que
gastam tempo para ensinar que se estiverem num lugar que não tem
assentos para todos, pessoas mais velhas têm prioridade, que respeito
devemos ter em todos os lugares, que em qualquer lugar existem
autoridades e devem ser respeitadas? Costumo dizer aos meus meninos, o
motorista do ônibus é a autoridade dentro dele, a professora na sala
de aula, em casa os pais, ou pessoas responsáveis para tal e assim por
diante, sempre teremos alguém a quem devemos respeito e obediência.
O
que acontece hoje é o contrário, são pais "obedecendo" filhos, sei é
duro um filho pedir o tênis tal e você dizer que não tem o
dinheiro para comprar e ver aquela carinha de desapontamento,
mas mais duro ainda é comprar e fazer um sacrifício enorme para pagar o
bendito de 12 x no cartão! "Melhor ficar vermelho 5 minutos, do que ficar
amarelo o resto da vida", já ouvi do meu Pr.(Márcio Valadão) essa frase algumas
vezes ...nesse caso 12 meses...!
Vi um adolescente gritando com a mãe outro
dia numa loja querendo uma chuteira que o valor era mais que o salário mínimo, eu como não perco
nenhuma oportunidade, mostrei para os meninos, aproveitando o exemplo
para ensinar. E ele conseguiu no grito, mas a expressão do rosto da mãe era de preocupação, na fila do caixa pude perceber.
Como tenho só meninos em casa, quando saímos as compras de
tênis e chuteira, o valor já sai estipulado de casa, até valor X pode,
passou disso não e ponto. Não acho errado dar um chuteira nesse valor
para um filho, acho errado é não ter o dinheiro e comprar porque não consigo dizer não, não sei explicar que a família tem outras prioridades, e nem tudo que o outro tem podemos ou devemos ter.
Na prática é complicado, os atrativos são poderosos, lindas cores, design arrojado, feitos para se querer, os olhinhos brilham, o nosso coração aperta, mas é assim mesmo, não tenho condição e pronto. Negociar o que se quer para um dia especial como o aniversário, conversar e mostrar que amor de pai e mãe vão alem de uma bela chuteira,tênis ou brinquedo... tudo se ajeita e os laços se fortalecem, por incrível que pareça.
Mas comprando algo sem ter condição financeira para isso, com certeza daqui a
pouco tempo terá que comprar outro e outro, pois a busca por ter
continua, afinal hoje não têm sido ensinado às crianças e adolescentes que deve haver
satisfação pelo que já se conquistou. O que o outro tem é sempre o
melhor!E Fazer todas as vontades dos filhos é honeroso e desgastante e isso não é amor!
Sinto no meu dia à dia como está mais complicado, difícil e cansativo educar e
passar valores para os meus filhos, sempre fui da opinião que mesmo que
aprendam em outros ambientes "extra lar" sempre terão como referência nossas atitudes como pais e pessoas, essa sempre foi minha esperança, mas
confesso, as vezes me sinto sufocada pelas influências externas que teimam em dizer
para os meus filhos que "Ter" é muito mais importante que "Ser". Na fase da adolescência então, meu Pai, parece que todo o tempo gasto, e bem gasto com o ensino, foram em vão, se não são as promessas de Deus em nossas vidas, já teria me desesperado! Penso neste momento em pais que não conhecem e vivem a palavra de Deus, como sobrevivem à tal da adolescência?! E me diziam que a fase mais complicada era quando começavam a andar, para tirar as fraldas... ai,ai!
Que
o Senhor com Sua infinita misericórdia nos ajude e nos dê sabedoria
para que possamos ver os frutos da árdua e importante tarefa de educar
nossos filhos de maneira que se tornem e sejam pessoas felizes por serem
melhores como seres humanos, não que tenham o melhor para se "sentirem" felizes!
Beijos,
Tenho uma amiga que os filhos são Lindos e muito muito educados ...
ResponderExcluirum dia estava elogiando a atitude de um deles e ela me disse uma frase que NUNCA vou me esquecer "o problema não são as crianças de hoje mas os pais de Hoje"...
Adorei seu texto ...
http://patyveiga.blogspot.com