O designer de interiores Fernando Piva integrou todas as áreas sociais de seu apartamento , em São Paulo, e o decorou com peças herdadas dos avós e outras garimpadas em suas inúmeras viagens
Quando decidiu sair da casa de seu pai para morar sozinho, oito anos atrás, o designer de interiores Fernando Piva já tinha idéia de como deveria ser sua nova residência. Adepto do charme da arquitetura do final dos anos 50, procurou um imóvel em um prédio desta época, até que se encantou por um apartamento cuja vista privilegiada abrange todo o Jardim Europa, com suas ruas arborizadas. Da ampla janela do living, típica das construções mais antigas, se descortina a paisagem verde das copas das árvores, bem como das belas mansões que ali existem. "Quando entrei aqui, logo pensei: é aqui que eu vou morar! O living recebe boa iluminação e ventilação natural e a vista é muito reconfortante", conta. Em quatro meses, promoveu uma reforma completa.
Antes, eram três quartos, um banheiro e uma pequena sala. Depois de colocar literalmente tudo abaixo, em especial o corredor de distribuição para os quartos, dois deles foram transformados em sala de jantar e escritório, sendo que este último pôde ficar reservado do restante, pois recebeu uma ampla porta-dupla. Assim, o living se estendeu de um canto ao outro do imóvel, dando a impressão até de ser um apartamento bem maior do que seus 104 m2. "Quem vem aqui custa a acreditar no tamanho do imóvel, pois todos acham que é bem maior, devido a amplitude que consegui para o living", afirma.
ACIMA, a poltrona Girafa, de seu ambiente na edição 2003 de casa cor. na outra foto, uma relíquia restaurada: um original de Joaquim Tenreiro, herança da família. E, AO LADO, o conforto prevalece, com o sofáchaise da micasa. NO CANTO, o tamborete roxo é de Philip Starck, da Kartel |
A cozinha cresceu em direção à área de serviço e que por sua vez tomou parte da antiga dependência de empregada, que acabou sendo eliminada. A outra parte desse cômodo serviu para criar um lavabo, voltado para o living, onde ficou um degrau acima do piso a fim de comportar as novas instalações hidráulicas. Ou seja, uma estratégia de mestre! O resultado trouxe modernidade ao apartamento, que ficou nos moldes dos imóveis atuais, privilegiando as áreas sociais, com múltiplas funções.
Na sala de jantar, a mesa desenhada por Piva tem efeito curioso com a base espelhada. Já o lustre italiano foi garimpado em uma das muitas feirinhas de antigüidades de Santelmo, em Buenos Aires. "O estilo é característico dos anos 60 e, por isso, confere um clima retrô ao ambiente"
Com relação aos revestimentos, Piva diz que encontrou o living com piso de cerâmica cor de barro, bem típico dos anos 80, pois o imóvel já havia passado por uma reforma há alguns anos. "Até para resgatar um pouco de seu estilo original, optei por um piso de taco de peroba rosa escurecida, com desenho de espinha de peixe, que confere o charme da época da construção do prédio", explica. Heranças preciosas Já o mobiliário agregou peças vindas das casas de seus familiares com outras garimpadas em viagens, ou mesmo provenientes de vários de seus projetos apresentados em edições passadas na Casa Cor. Um item novo é o misto de sofá e chaise, revestido de camurça sintética e repleto de almofadas, que garante conforto tanto aos convidados como ao dono da casa, durante as sessões de clássicos do cinema, que gosta de assistir em sua TV de plasma de 42". Pelo chão, pilhas de almofadas dão apoio aos pés ou fazem as vezes de acentos, principalmente para quem gosta de ficar junto à mesa de centro. Esta, aliás, tem uma história à parte. Com design de Piva, a peça é resultado de pura criatividade. Ela foi construída a partir de duas portas retiradas da própria obra, uma um pouco maior que a outra. A superior foi revestida com espelho acidato e a de baixo nem recebeu acabamento, pois serve apenas para dar certa distância entre o tampo e seus apoios: quatro quadrados de madeira revestidos de couro.
Junto ao móvel que abriga livros e os equipamentos do home theater, vindos de seu projeto na Casa Cor 2006, ficam duas poltronas: uma é a Girafa, de Harry Bertóia, utilizada na edição 2003 da mesma mostra, e a outra veio da casa de seus familiares: trata-se de um original de Joaquim Tenreiro, que foi apenas restaurado pelo designer. "Ela era revestida com pêlo de vaca e eu troquei por uma camurça sintética com estampa de zebra, com textura macia". Passando à sala de jantar, a mesa também foi desenhada por Piva, com tampo de wenguê e base espelhada, que dá um interessante efeito com os reflexos dos pés das cadeiras. A cômoda de época, agora usada como rouparia, é herança da casa de seus avós, que morava em Lençóis Paulista. Veio de lá também uma minibiblioteca: "Antigamente, os caixeiros-viajantes vendiam as enciclopédias já com um móvel de suporte", explica o dono da casa. O lustre em forma de gomos, por sua vez, foi achado em uma das feirinhas de antigüidades de Santelmo, em Buenos Aires, antes mesmo de Fernando mudar para este apartamento. "É italiano, de metal cromado, e parece ser dos anos 60, o que dá um toque retrô ao ambiente". Na biblioteca, há um sofá que já pertencia ao antigo escritório de Piva, além de uma bergére e um miniarmário, todo fechado com vidro e coberto por brise-brise, também vindos da casa de seu avô. E ainda uma estante com acabamento de wenguê, que cobre toda a parede do fundo e foi desenhada pelo profissional, acomodando com conforto seu computador e objetos pessoais.
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Opa,a fiquei surpresa ao ver essa minha reportagem por aqui. Ficou bonita mesmo!
ResponderExcluirTambém achei, por isso está aqui!
ResponderExcluirMas se não achar que deve, posso tirar.
Abraços